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Mostrando postagens de janeiro, 2024

VENUS DE MILLUS

  PALAVRAS DA PROFESSORA ROSA   Nelson Marzullo Tangerini                  A professora Rosa Maria dos Santos era namorada de meu amigo Carlos Gilberto Pessoa da Silva, mais conhecido no meio literário da época como Gilberto Pessoa, ao ler meu livro “Venus de Millus”, em estado bruto, achou que eu devia mostrar meus textos à sua Rosa, professora de Língua Portuguesa e Literatura.                Naquele momento, começava a fazer faculdade de Português/Literatura, na esperança de me aprofundar no estudo da língua e, quem sabe, ser um futuro crítico literário, atividade policial da qual desisti.                Gilberto, amigo da Faculdade de Comunicação-Jornalismo (FACHA) e de boemia, escrevemos uma centena de poesias nos bares da Lapa ou de Botafogo para as musas que passavam diante de nossos olhos sempre atentos. Muitos desses escritos acabaram se perdendo nas gavetas do tempo. Outras, mal alinhavadas, e falo do que escrevi, foram para a lixeira amiga.                Gilbe

PENSO, LOGO, NÃO EXISTO

  PENSO, LOGO, NÃO EXISTO   Nelson Marzullo Tangerini                  Penso, logo, não existo. Contrario o filósofo francês, Descartes, uma vez que estou no Brasil, onde o pior da música é top e o melhor é soterrado pela mediocridade.                Não quero entrar em atrito com ninguém, mas sou aquele adolescente que ouviu Bossa Nova, a Jovem Guarda, a Tropicália e o Clube da Esquina.                Daí a minha paixão pela música de Caymmi, Tom, Vinícius, João, Roberto & Erasmo,   Caetano, Gil, Gal, Bethânia, Os Mutantes, Tayguara, Gonzaguinha e Milton Nascimento.                A “Janela Lateral” se abria para um novo mundo, quando ouvi Milton Nascimento &   Som Imaginário, que ecoava em nossos corações.                Em belas tardes e estreladas noites, amigos reunidos escutávamos os mineiros no alto da Rua Cruz e Sousa. Nossas almas encantadas descobriram o som que vinha das Minas Gerais, em cujas estradas nos aventuraríamos.                  Volta e me

AFFONSO ROMANO DE SANT´ANNA

  A ROSA DE IROXIMA E O CÉSIO 137   Nelson Marzullo Tangerini                    Em 1980, muitas coisas abalaram o alicerce literário: uma delas, o brutal assassinato de John Lennon (pela CIA?0, que me levou a escrever dois poemas para o ex-Beatle.                A sensação de que o sonho tinha realmente acabado pairou na atmosfera do Planeta.                Mais adiante, o descaso das autoridades me levaram a escrever um poema para o Césio 137 a uma namorada fictícia. E sair em defesa de Affonso Romano de Sant´Anna, que publicara, no saudoso Jornal do Brasil, um poema sobre o mesmo tema.:   “POEMA                  Quero elogiar, tardiamente, o grande poeta Affonso Romano de Sant´Anna pelo poema ‘O Apocalipse em Goiânia’ (Caderno B, quarta-feira, 28.10.1987).                O poema está à altura de ‘Rosa de Hiroxima’, de Vinícius de Moraes, e ‘Os amores e os mísseis’, de Carlos Drummond de Andrade”.                  A carta, publicada do JB, Caderno B, Carta

ESCRITOR TARCÍSIO TUPINAMBÁ

  O PREFÁCIO DE UM LIVRO JAMAIS PUBLICADO   Nelson Marzullo Tangerini                  Mexendo em papeis velhos, eis que encontro um livro meu, “Venus de Millus”, perdido, com prefácio do saudoso escritor Tarcísio Tupinambá, amigo dos tempos em que fui membro do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro. Ali, convivi, também, com o escritor José Louzeiro.                A ditadura agonizava, mas os reaças continuavam em ação, jogando bombas ou enviando cartas-bombas aqui e ali.                Mas vamos ao referido prefácio para um ingênuo e sonhador poeta que procurava se firmar na tão disputada literatura brasileira:   “TRANSCENDÊNCIA DO AMOR E DA BELEZA                  Aí temos o Nelson Tangerini, poeta, jornalista, escritor, compositor, nascido em Cascadura, subúrbio do Rio, do que muito se orgulha. De jornalista passou a poeta, com seu livro “Paulicea (Ainda) Desvairada, Produção Independente, de 1981.                E, agora, confirma sua potencialidade com

NEY MATOGROSSO

  O FEITIÇO DE NEY MATOGROSSO                    Em agosto de 1978, no jornal “Mão de Obra”, dos alunos de jornalismo da Faculdade Hélio Alonso, publicava a minha primeira matéria, uma crítica musical:   “FEITIÇO – NEY MATOGROSSO – ELEKTRA                  Com o lançamento de Feitiço, ficou provada, mais uma vez, a imagem de um dos maiores show-man do Brasil, Ney Matogrosso, abandonando, com isso, o rótulo de ex-Secos&Molhados. Nome do grupo lançado pela Continental.                O repertório não podia ser melhor: “Bandoleiro”, de Luli & Lucinha (dupla que merecia maior divulgação) abre o disco com um pique bem matogrossense, deixando na gente aquele gosto de “Bandido Corazón”.                Gente nova (o que mais precisamos na MPB) aparece na 2ª faixa.   “Mal necessário”, de Mauro Kwito merece desde já congratulações.                Quando o ouvido pede mais uma música doce, surge, então, “Dos cruces”, de Carmelo Larrea, que dá ao disco um toque de latinid

ZÉ BACURAU, POETA BAIANO

  PARODIANDO CASIMIRO DE ABREU   Nelson Marzullo Tangerini                  Em meu livro “Nestor Tangerini e o Café Paris, publico paródias de dois poetas satíricos do Café Paris, movimento   literário fluminense (2ª Geração parnasiana) que aconteceu em Niterói, ex-capital do Estado do Rio de Janeiro, nos anos 1920: Luiz Leitão e Nestor Tangerini, exímios “parodiadores”, muitas vezes plagiados.                Plágio é uma apropriação desonesta do texto de um autor; Paródia é uma criação inteligente a partir de um texto já existente.                Oswald de Andrade e Murilo Mendes, modernistas,   também utilizaram a paródia, para intertextualizar textos de outros poetas, geralmente de poetas de períodos anteriores.                Zé Bacurau (pseudônimo de Lourival Reis), poeta satírico baiano, em texto que publicamos nesta crônica, faz uma paródia hilariante de “Meus oito anos”, poema do   fluminense Casimiro de Abreu.                 Para quem não sabe, Lourival Reis f

POETA LUÍS MURAT

  LUÍS MURAT E O CAFÉ PARIS   Nelson Marzullo Tangerini                  Segundo o “parisiense” Lourenço de Araújo, o poeta Luís Murat, nascido em Itaguaí, RJ,   a 4 de maio de 1861, foi um dos frequentadores do legendário Café Paris, movimento que vicejou em Niterói, ex-capital do Estado de Rio de Janeiro, nos anos 1920.                Luís Norton Barreto Murat, diplomado em Direito, foi político, escrivão, jornalista e poeta – com uma vasta produção literária.                Sobre ele, escreveu Ronald de Carvalho:                “Luís Murat, que se filia acidentalmente à geração parnasiana, é um romântico; sua poesia, como a de Luís Delfino, se ressente de uma particular influência de Victor Hugo. O pendor para as umagens fulgurantes e para a exaltação verbal, para os símbolos grandiosos e as sínteses histórica, onde o poeta costuma beber os seus mais belos motivos, dá-lhe um ar de parentesco pronunciado com a família alemã e francesa”.                Abaixo, publicam